sábado, 27 de novembro de 2010
360 graus.
Tiravam outras poeiras. Sabiam que não poderiam voltar com o tempo que não se enxergaram. O afastamento por causa de uma escolha disso e daquilo, também é afastamento. Depois as coisas não se encaixam, mas a vida é mesmo assim. Podemos escolher o caminho, mas outros caminhos também nos escolhem. Os piores encontros são aqueles marcados por desencontros.
A vida vai ali e nos passa a perna. Saudade é inevitável, mas é só lembrança. E saudade que é dessas que doem não são como páginas de livro. Não se volta à folha para se entender novamente, não se bota no ponto para ver a cena mais tarde. Quando passou é passado. Quando se revela novamente no presente, é futuro do pretérito. As águas dela agora eram barragem para ele, em outros tempos, não foi assim.
Tirou o paletó, fez algumas anotações na agenda e marcou um café para janeiro em qualquer dia desses. Pensou que a vida poderia ser diferente, mas a vida é tem suas igualdades. Aquela semana não tinha sido fácil. Amigos que vieram da cidade onde viveu parte da sua infância, amigos novos que iam colocando uma bagagem aqui e outra ali, tomando um quarto aqui e outro ali, escrevendo outras lembranças.
Com o compasso fez um ângulo de 360 graus. Dentro do círculo escreveu vários nomes que foram se desenhando na sua memória. Sentiu-se Vênus naquele universo. Nada de mais, mas amado.
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