domingo, 13 de março de 2011

[te_ar_te]

Lá vai o poeta com seu cozido. Cozinha as letras dentro do seu corpo até que fervam e saiam para o papel. Cozido que pode tratar do amor perdido, do trem que não existe mais, do riso, do corpo que fazia curvas, mesmo não tendo curvas que impressionassem mais ninguém.


Ele precisa respirar. Então, faz ar_te com olhos que não lhe olham, com bocas que não lhe beijam, com mãos que nunca lhe darão as mãos para um passeio. Mas também respira com querubins e se inspira nas fadas, se inspira em duende e respira com os anjos que trazem para seu coração um outro coração que agora é primavera.

Inspira e respira. Inspira e respira. Esse Te_ar que costura o ontem com o hoje, sem o compromisso que o amanhã esteja no calendário. Aí muito antes de qualquer tempo e muito além de qualquer instante conhece Dolores, Antônio, Lena, Titi e outros tantos personagens, uns que já estiveram e estão nessa vida, mas há aqueles que só passeiam pelos seus afazeres de poeta.

O poeta nunca desiste, mesmo triste ou feliz. Vai saber ele se as palavras se anunciarão como noiva ou meretriz?

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