quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Um pouco menos do que platônico.

Ele telefonava para ela e ela telefonava para ele. Falavam de tudo. Falavam do seu dia, das suas amarguras, dos seus sonhos, das suas filosofias, do seu cinema. Minto, Não falavam de tudo, falavam de quase tudo. Não diziam daquele gostar, daquele convívio, do carinho que um sentia pelo outro, do seu desejo. Então, se convidavam para ir ao cinema e iam.


Viviam esse enamorar sem namoro. Esse estar junto sem beijos. Essa ida sem saber muito bem do retorno. Mas, o retorno sempre acontecia. Ela telefonava para ele ou ele telefonava para ela. Naquele espaço de tempo permaneciam ansiosos.

Queriam se ter, mas não encontravam o caminho. Entre uma cadeira e outra do cinema há uma grande distância. Entre uma palavra e outra há uma grande distância. Entre uma xícara de café e uma xícara de chá há um grande distância. Duas vezes choveu e estiveram tão próximos, o universo conspirava por eles e eles se encabulavam. Não sabiam dançar. Algumas vezes é bom dançar bem pertinho. O que não tem saída se torna uma porta que se abre.

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