quarta-feira, 18 de agosto de 2010

]retrato I[




Eu e o Mário Quintana nascemos no mesmo estado e com o mesmo signo, ambos leoninos. Queria escrever tão bem quanto ele, mas me basta não o envergonhá-lo.

Nós leoninos temos essa mania de acreditar que podemos ser mais que outros, mas é só a maneira de que encontramos para que as calçadas que nossos amores passem sejam ladrilhadas com pedrinhas de brilhante.

Quando nos entregamos, quando nos pegam, então essa coisa é meio pra sempre, ou melhor, não é meio é por inteiro. Temos isso do fogo e do coração, da paixão que daqui um pouco apaga. Mas, não temos fração, divisão, nosso limite é esse ir. É esse fogo que se não apaga rapidamente, então queima eternamente, dentro de pequenos frascos cristalinos com pétalas quintanares..

Vamos vivendo um eterno turbilhão, uma multidão dentro de nós, adolescentes e virgens que correm para cá e para lá como loucos, com os pés mais nas estrelas que em qualquer lugar e sempre de pés descalços. Quando elegemos o lugar que vamos ficar, ele é o nosso lugar. É difícil de tirar de nossa morada, desse castelo e suas muralhas. Lá estão nossos cavaleiros, nossas heroínas, nossos anjos e nossos querubins, nossos lamas, nossos sioux. Abandoná-los é nos abandonar. Somos essa coisa que se olhar bem perto e sentir bem dentro não é um jogo, é um sobreviver.

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