sexta-feira, 24 de junho de 2011

[direi]

“Temos guardado um silêncio bastante parecido com a estupidez”




Direi que te amo e te direi tantas vezes que for necessário que te amo. Direi o quanto tua mão é quente na chuva e quanto a chuva não é fria quando tenho tua mão quente. Direi que me incomoda quando não me contas teus segredos. Direi da beleza dos teus seios. Seios que perambulam na camiseta transparente. Direi da rua que passei e que tomamos café como se fosse o último dos primeiros.

Direi que sofro quando sofres, que choro quando choras e que jogo barras de sabão no telhado para que essas lágrimas parem e teu olhar seja novamente arco-iris. Direi do por – do – sol, dos guardanapos com batom, do licor, das barras de chocolate, da boca suja de sorvete. Direi que é amargo viver sem o teu doce, que é sede viver sem teu liquido, que é verde viver sem teu maduro, que é vazio viver sem tua bagagem, que é ortografia viver sem tua letra.

Direi que teu perfume me faz sentir. Sentir o cheiro das romãs, dos morangos, dos maracujás, das maças, das amoras, dessa manga. Direi que não posso viver sem a tua boca para o beijo, para a prece, para o diálogo, para a canção, para a história contada sussurradamente dentro da orelha. Direi da tua língua que sorri para mim.

Direi tudo e todos dirão que sou estupido. Que não me darás atenção, arranjarás um compromisso, farás outros planos, o calendário será apenas cartão postal. Então olharei para ti e direi que sou estúpido, mas não guardarei em silêncio o que te direi. É melhor assim. Saber que sabes de mim.

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