quinta-feira, 15 de abril de 2010

[de um só, fazer par (Amor platônico II).]

Então ela devia viver a sua vida. Ele também deveria desistir daquilo tudo.

Ao escovar os dentes ele imaginava que os dois poderiam um dia escovar os dentes juntos. Ela chegava a casa e imaginava o que ele poderia estar fazendo naquele momento. Ela temia que ele não a amasse e ele temia que ela não a amasse.

O amor platônico é a crença que o objeto amado é superior ao objeto amante.

Ele esperava incessantemente por notícias dela e ela aguardava que ele fosse mais explicito.

O dia dela era muito sério. O dia dele era muito engraçado. Ela usava os cabelos curtos e ele usava os cabelos longos. Ela com os pés no chão e ele nas nuvens.

O amor platônico é a crença que diferentes não podem se dar às mãos. Ele sonhava com ela e ela sonhava com ele.

Ele a queria. Não sabia ainda como, quando, onde e de que forma. Ela queria ele. Na sua frente, diante dela, na sua presença. Os homens sempre buscam dar curvas no o que os torne homens, talvez seja por isso que adoram carros, um brinquedo desde quando eram meninos.

O amor platônico é aquele que diz que amanhã dará um ponto final naquela história, mas diante do outro, perde a voz.

Viverão mais um dia separados. Irão se divertir, rir, falar bobagens e quando voltarem para casa eles terão a nítida certeza que se esqueceram de algo.

 O amor platônico é fiel ao seu ser porque já está amando.

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