sábado, 18 de julho de 2009

Marília olhava pela porta da fechadura, fresta pequena, olhos exigentes. Marília sonhava e sonhava. Moça elegante. Elegante no vestir, elegante no trato com as pessoas, elegante nos hábitos domésticos e nos mais simples afazeres. Na pequena adega guardava duas garrafas de vinho de melhor safra, aos sábados , mais que nos dias de semana a casa se apresentava como um brinco.
Só nos fins de semana colocava sobre a mesa de centro da sala o vaso de porcelana herdado de sua bisavó e meia dúzia de flores do campo. Também nesses dias no jantar era salmão. Esperava a visita de seu amor por ali. Pobre Marília. Anos se passaram e nunca se deu conta que era só abrir a porta que João estava no outro lado.

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