quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Casamento.





Uma mulher que ensinava. Lecionar sempre foi seu grande sonho.
Naquela época chamavam de MOBRAL, alfabetização de maiores. Dn Neuza conseguiu a vaga de professora e logo tinha uma turma que chegava aos trinta alunos.
Mais tarde e com relativa intimidade descobriu que a maioria deles viviam em pecado. Grande parte dos seus alunos não eram casados.

Na tarde de 23 de agosto foi até a Igreja ter uma conferência com o Padre. Diante do pastor, explicou-lhe a situação e seu desejo. Para aquela professora devota, fresqüêntadora assidua das missas, praticante determinada das escrituras, um casamento que não tinha as bençãos de Deus, era simplesmente a união de corpos. Para não dizer que se tratava de coisa do demônio, suavizava dizendo que era muito feio.

O Padre ouviu-la e mandou descançar. Após três dias, mais uma vez ela insistiu, e mais uma vez o padre mandou ela descançar. Isso se sucedeu durante quase duas semanas. Neste dia então, disse ao Padre que estava cançada de descançar e queria saber se casaria ou não os seus alunos.

Foi naquela manhã que jurou não ir mais as missas, não acreditar mais em pecado, crer num outro caminho de Deus e aceitar que este mesmo Deus poderia ser encontrado, quando nos encontramos com nós mesmos. O Padre nunca rezou a missa dando a benção de casamento para os Alunos da professora Dn. Neuza. E ela desde então passou a ensinar uma outra religião. A religião do amor.

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