domingo, 9 de outubro de 2011

[fantasmas]


Fantasmas perambulam a cama de Arquimedes. O filósofo não tem porque dar Eureka. Mesmo depois de ter inventado o grego, a hidrostática e outras tantas e tantas descobertas, não conseguiu solucionar uma fórmula simples - declarar-se para Ádria.


Remeteu correspondência para Venécia, pediu ajuda para os Etruscos, mas não teve coragem de vencer o Mar Adriático e mesmo com a alavanca tornou-se impossível mover esse mundo. Mundo tão fácil. Bastavam algumas palavras, um punhado de verdade nos olhos e química. Essa que vem pela pele, pelo enxame de estrelas, pela aurora, por aquilo que talvez Arquimedes tenha nascido sabendo, mas que o saber filosófico tenha guardado tão profundamente, que não consegue encontrar mais.


O que não chegou não está perdido. Não se sabe a profundidade do rio até se nadar nele. A regra é a primeira exceção do fato. Mesmo depois de tanto tempo não usando açúcar não quer dizer que o próximo café não possa ser doce. O beijo é o início, porque todo início está na boca, sendo assim é dia e é noite.

Tinturas. Eles ligaram e sorriram. Deram felicidades e disseram alguns elogios para Arquimedes. Mas pouco auxiliou naquele momento, seus ouvidos estavam sem olhos e os ouvidos precisam de olhos para ver o que há de bom. O mais hilariante é que quanto menos há luz, mais nossos fantasmas se tornam luminosos.

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